Das delicadezas do amor

Um acúmulo bonito de coisas que não consigo nem mostrar.

1 de julho de 2013

né.

(trecho de "Infinite Jest", de David Foster)

Que algumas pessoas realmente têm cara de roedoras. Que certas pessoas simplesmente não vão gostar de você por mais que você tente. Que por mais que você se ache inteligente, você não verdade é bem menos inteligente que isso. Que você não tem que gostar de uma pessoa pra aprender com ele/ela/isso. Que solidão não é função de se estar só. Que é possível aprender coisas valiosas com um imbecil. Que às vezes os seres humanos simplesmente precisam ficar sentados quietinhos e, tipo, sofrer. Que existe uma coisa chamada bondade, crua, inadulterada, sem-segundas-intenções. Que é possível cair no sono durante um ataque de pânico.
E se concentrar muito em qualquer coisa dá muito trabalho.
Que na verdade um gato fica com uma diarreia violenta se você lhe der leite, ao contrário da imagem popular de gatos e leite. Que é pura e simplesmente mais agradável ficar feliz que ficar puto. Em resumo que 99% da atividade pensante da cabeça consiste de ela própria tentando se fazer borrar de medo. Que o espirro de todo mundo soa diferente. Que precisa muita coragem pessoal pra se deixar parecer fraco. Que nem um único momento individual é em si próprio e por si próprio insuportável.
Que meio que todo mundo se masturba.
E muito, no fim das contas.
Que outras pessoas muitas vezes podem ver coisas a respeito de você que você mesmo não consegue ver, mesmo se essas pessoas forem imbecis. Que tentar dançar sóbrio é coisa totalmente outra. Que certas pessoas sinceramente devotas e espiritualmente avançadas acreditam que o Deus que elas concebem as ajuda a encontrar vagas de estacionamento e lhes dá palpites de números da loteria.
Que baratas são, até certo ponto, algo com que você pode conviver.
Que “aceitação” normalmente é mais questão de fadiga que de qualquer outra coisa. Que, perversamente, normalmente é mais legal querer alguma coisa que ter essa coisa. Que transar com alguém com quem você não se importa te deixa mais sozinho do que não ter nem transado, depois.
Que é permitido sentir falta. 


Um comentário:

  1. que trecho lindo! dá vontade de passar marca-texto em tudo e divulgar pra todo mundo. porque a gente se identifica tanto e em tantas partes!

    beijoca

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