Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo,
prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do
norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo,
é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…"
Registo da antropóloga Paola Klug, Fotografia tirada na Nicarágua por Candelaria Rivera, do ensaio fotográfico: "Amor de Campo"
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…"
Registo da antropóloga Paola Klug, Fotografia tirada na Nicarágua por Candelaria Rivera, do ensaio fotográfico: "Amor de Campo"
Muito muito bonito!!
ResponderExcluirEste maravilhoso texto veio até mim num post de Facebook. Como não tinha atribuido nenhum autor decidi fazer uma pesquisa no Google para tentar descobrir quem escreveu. Vim dar a este site, mas não fazem referencia ao autor do texto. Sabe quem escreveu ? Gostaria de usar este texto numa performance, mas gostaria primeiro de saber o autor para fazer jus a seu nome.
ResponderExcluirObrigada :o)